Retrospectiva 2004
Janeiro - Verão pocando na Cidade Hardcore, apesar dos findes chuvosos, rolou muita praia em Ipanema. Não quis mais saber da Galega, nem ela quis saber de mim. Festa oferecida pelo Horrortel pra comemorar um ano de hospedagem da galera; tudo bem que serviram Schin que deve ter sobrado do Reveillon, mas o vinho e os petiscos eram bãos; a cabocada ficou insana e depois partiu pra guerra nas boates cariocas.
Fevereiro - Fim dos dias de trainee e hora de definir o local de trabalho definitivo, perdi a vaga no ES e tive que me contentar em trabalhar em Macacaé. Últimas visitas ao CCBB, Casa França-Brasil e Paço Imperial. Despedida da Cidade Hardcore na sexta-feira 13 (dia do niver da minha mãe), junto com Fabíola na Marina da Glória onde rolou o Skol Rio. Férias a bordo de um carro zerinho.
Março - Primeiros dias de trabalho em Macacaé. Dez dias pra procurar casa. As condições precárias da cidade causaram impacto.
Abril - Rápido retorno à Cidade Hardcore por conta do trabalho, com direito a show do Living Colour e revival com a Fabíola.
Maio - Primeiro embarque em uma ilha de aço. Nove dias e nove noites de confinamento a 200 Km da costa. Só mesmo estando lá pra entender.
Junho - Virei padrinho da minha sobrinha.
Julho - ????????????
Agosto - A trabalho novamente na Cidade Hardcore, com reunião chata durante o dia e showzin da Nação Zumbi à noite. Reencontro com...
Setembro - Congresso em Curitiba. Uma semaninha na verdadeira cidade maravilhosa.
Outubro - Conferi a firmeza de seios siliconados. Fiquei mais velho.
Novembro - Quase que a estudante de Artes arrebata o meu coração.
Dezembro - Tá chato.
Estava sentado na varanda aqui do ap, tomando um vinho e me refrescando com a brisa da tarde, quando prestei atenção em um homem que estava futucando as lixeiras. Pega uma latinha aqui, outra acolá e vai enchendo um saco acomodado na garupa da bike encostada na calçada.
Por um momento bateu aquele pensamento "pô como são as coisas, eu aqui descançando de uma comilança e o cara lá, tirando das sobras o seu sustento.Bem que eu poderia...". Parei no "poderia". Pois é, eu sou hipócrita. Ah, o que é isso? O melhor do Brasil é o brasileiro. Hehehe.
Trilha sonora do dia
Nightfreak and the Sons of Becker - The Coral
Mais recente álbum do sexteto britânico que mantém a proposta dos trabalhos anteriores. Muito psicodelismo, toques retrô e várias referências. Não chega a impressionar como no álbum de estréia, mas serve pra provar que na terra da Rainha qualquer moleque consegue fazer um rock de primeira.
Não passo de um amador
Em busca da vida perfeita
Pelo menos estou tão distante
Da truculência executiva de um yuppie
Homem de Neanderthal já fui
E acho isso muito natural
Que diferença alguma vai fazer
Se este ano não sobrar para o Natal
Não passo de um compositor
Em busca da canção perfeita
Falo de amor sem rimar
E nunca mais, meu bem, vou lhe pedir desculpas
Não tome dipirona. Gabiroba é bom. Beba até cair. Experimente bolo de chocolate de manteiga de THC, é melhor que muitos doces. Não leve desaforos pra casa, mas cuidado com a lei da causa e efeito.Veja o nascer do sol de algum lugar do oceano. Não dê ouvidos aos estranhos.
E a notícia marcante da semana foi o assssinato em pleno palco do guitarrista Dimebag Darrell. Mais um louco americano apronta uma das suas. Nesta mesma semana vi na TV uma matéria sobre a paixão da América Branca por armas, com a apresentação de uma espécie de feira livre em algum lugar do Texas onde são comercializadas pistolas, fuzis, metrancas... O que me impressionou foi ver depoimentos de pais orgulhosos que afirmavam que haviam levado os filhos pra presenteá-los com os "brinquedinhos". O que um guri desses poderá ser capaz de fazer? Lamentável!
Bateu!!! Agora bateu!!!!! Já estou com as minhas férias marcadas. A partir de 10 de janeiro poderei desfrutar a minha "alforria" temporária. Como tenho um trecho de viagem de grátis pela TAM, estou pensando em me jogar pra um lugar mais longe. Por que não Porto Alegre onde vai rolar o Fórum Social Mundial? Estou amadurecendo essa idéia.
E há dez anos o Maestro partia
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a gota
De orvalho numa pétala de flor
Brilha tranquila
Depois de leve oscila
E cai como uma lágrima de amor
A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta feira
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar
A minha felicidade está sonhando
Nos olhos da minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo, por favor
Prá que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor
Tristeza não tem fim
Felicidade sim
Toda coisa que acontece é intrinsecamente semelhante ao homem a quem ela acontece. Isso é um tanto oracular, não achas?
Então é dezembro. Estava discutindo com um colega de trabalho como o tempo parece passar mais rápido à medida que ficamos mais velhos. Uns dizem que quando somos crianças tudo é novidade e os momentos pelos quais passamos acabam sendo vividos com mais intensidade. À medida que envelhecemos as novas experiências vão acontecendo com menos frequência e o que já é rotineiro passa mais rápido. Pode ser... Acho que não sinto o tempo passar porque não fico contando os dias, esperando o fim do mês ou o verão chegar. Um dia depois do outro. Pois é, nessa brincadeira já estou em Macacaé há quase nove meses. Se eu vivesse contando os dias esperando por uma transferência, que está longe de vir, ficaria mais maluco.
