Saturday, June 18, 2005

Naquele dia cheguei em casa quase às oito da noite. Comi rapidamente um sanduíche e fui malhar na praia de Cavaleiros. Essa época do ano é a ideal para corridas em calçadões, pois a temperatura mais baixa espanta os sedentários e a ciclovia fica mais vazia. Depois da corrida, parti para as séries de barras e paralelas. Imaginei como seria sofrível pra mim viver longe da praia. A combinação "noite - brisa do mar - barulho das ondas - esforço físico" me revigora. Fui pra casa sorvendo um copo de 500ml de água de côco. Essa noite não tem tequila.

Fui pra cama pouco depois das onze. Peguei uma revista pra ler. Li as matérias das seçoes "artes & espetáculos" e "ciência & tecnologia". Política a essa hora não seria muito agradável. Não demorei muito com a leitura, apaguei a luz e tentei dormir. Apenas tentei. Algo me incomodava. Mas não era o tic-tac do relógio ou a buzina do trem. Às vezes os pensamentos incomodam mais do que qualquer estímulo externo.

Peguei "O sol também se levanta" que estava sobre o criado-mudo. Já havia acabado de ler há alguns dias, mas queria relê-lo naquele momento. Dessa vez achei mais interessante a descrição sobre Robert Cohn.
- Não me conformo, quando penso que minha vida vai passando tão depressa e não a vivo realmente.
- Ninguém vive com a intensidade que deseja, exceto os toureiros.
Hemingway é foda!

Foi preciso ler umas cem páginas até pegar no sono. Acordei antes do relógio despertar.