de volta à terrinha
Enquanto as manifestações bombavam por aqui, eu estava nos meus passeios por ruas parisienses e amsterdanianas. Nos horários de descanso, acompanhava as notícias dos protestos. Confesso que na manifestação dos 100000, deu até vontade de estar em Vitória para vivenciar o momento histórico. Por outro lado, à medida que os protestos passavam ao confronto, chegando até ao vandalismo, o retorno iminente era desanimador. Acompanhei de longe toda discussão, olhando de cima do muro, até entender as reivindicações. Passe livre, fim dos pedágios...O metrô tranquilo, mesmo lotado, de Paris e o bonde cheio de cordialidade de Amsterdã me fizeram pensar. Lá eles tem mobilidade, podem contar com o transporte no horário previsto e cruzam o país com facilidade. Entretanto, todos pagam por tudo e cada um faz a sua parte: Estado, empresas e cidadãos. Enquanto isso, o povo daqui, cansado de pagar impostos sem receber nada em troca, agora quer estatizar tudo que for possível. Não são só vinte centavos, a ideia é ter de graça. Mas esse não é o caminho. Precisamos de infra-estrutura, de contra-partida do governo, mas acima de tudo de cidadania. O passe livre não vai servir de nada se continuarmos passando uns por cima dos outros.
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